domingo, 5 de setembro de 2010

Sou o próprio desassossego.

A loucura mora tão perto que sinto o cheiro do seu feijão. Bastaria tocar a campainha e ela me deixaria entrar, sentar no seu sofá, dormir na sua cama, ler o seu jornal.

Sou o próprio desassossego.. sofro de inquietude emocional, vivo saudosa de coisas que não vivi, sempre querendo mais do que já tenho e escutando meu coração dizer que ainda me falta um pedaço.

Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem muito menos amor do que planejavam.

Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.

Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.

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