quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A minha bossa

Deixar de ser o doce veneno do escorpião, não é uma das tarefas mais fáceis. Não me importo se os olhares estão vindo na minha direção, não vou mais ficar jogando cabelo à favor do vento, só para criar clímax. Não vale mais a pena, insistir neste carnaval favorável, cheio de sorrisos e malícia nua e crua. Os tais joguinhos de sedução não se fazem necessários para sair de algumas situações, os ombros de desprezo, não são mais inclinados para trás. Já não se despreza quem amou. A parte de se recalcar com o tal passado, com as músicas, com Carpinejar ladeado da sua poesia. Aliás, sou confessada apaixonada pela poesia, amo dizer que a dor não presta, a felicidade sim. Vira e mexe, me pego pensando o que tanto a vida fez para que eu tivesse sofrido tantas mudanças.  Acordo, penso, ando, subo escadas, olho para o sol a pino. que começa a escaldar as minhas nostalgias. Não tenho mais o hábito de fazer pirraças, jogar certas coisas na cara, nem tampouco grito sendo gentil – muito menos sendo irônica. Aliás, estou sem tempo para mente vazia, sentimento vazio. Posso estar mentindo, quando digo que ficarei livre por mais dias, mas há  alguns dias tenho tido a certeza de que o futuro é uma doçura de solidão, sem culpa vã, sentimento este que vem deslizando pelas curvas mais sutis, pelo riso mais frouxo.  Não sou adepta de amar por semana, entregar meu corpo a tépidos, vadios, pequenos. Apenas quero estar comigo, mente tranquila, novos sons, sintonia com a minha respiração profunda. Porém, nunca deixo de acreditar no dia vindouro.