quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Aaaah Saudade.

Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu assim. Uma saudade nos modos literários.

Saudade bagunça a vida sem tirar nada do lugar. Ela caçoa, manhosa, daquele que ansia o ausente. Ri da angústia do tempo, zomba da rotina insossa.
Saudade é o ímpeto desvairado do inconcebível, a fome que não deixa dormir, é o frio que dói. Deleite da solidão.
É a vigília do insone, que vê a lua dar vazão ao sol sem as horas perceber.
 
Não se haverá jamais de separar a saudade da espera.
Existirá sempre o seu calendário arbitrário a ditar graças do que já não se vê, a roubar os espasmos de vida que já não se sente.
Maldita a saudade que ao coração faz esperar. Não é possível a felicidade à quem descrê do valor do agora enquanto o tic tac do relógio anuncia o bálsamo do reencontro.

Saudade. Conseguirá a definição contemplá-la sem brindar a plenitude do inesquecível?

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